O que muda com a nova vacina contra herpes zóster?
Imunizante apresenta maior eficácia na prevenção de herpes zóster e de neuralgia pós-herpética

Uma nova vacina contra herpes zóster está disponível em clínicas privadas no Brasil desde junho. Sob o nome comercial Shingrix, o imunizante aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem 91% de eficácia.
Neste artigo, você vai ler:
A aplicação segue um regime de duas doses, com indicação para adultos acima de 50 anos que já tiveram catapora, além de pessoas a partir de 18 anos que tenham risco aumentado para herpes zóster.
O que é herpes zóster?
Herpes zóster é uma doença infecciosa causada pelo vírus varicela zóster, o vírus da catapora. Para contrair herpes zóster, inclusive, é necessário ter tido um quadro prévio de catapora em algum momento da vida.
Isso porque, depois desse primeiro contato, o vírus continua latente no corpo — mais especificamente no corno anterior da medula, mas sem afetar o indivíduo. Eventualmente, no entanto, pode ocorrer a reativação do varicela zóster, assim desencadeando o herpes zóster.
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Um dos principais fatores para a reativação é a idade: à medida que as pessoas envelhecem, o sistema imunológico também fica mais fragilizado. Outro elemento de risco é a imunossupressão.
As consequências incluem vermelhidão, lesões vesiculares na pele e dor no local das lesões de pele. Nos casos mais graves, os pacientes sofrem com a neuralgia pós-herpética. Trata-se de uma dor intensa que permanece mesmo após a cura das lesões de pele, podendo ser até incapacitante.
Qual a diferença entre a vacina nova e a vacina antiga?
Ambas as vacinas oferecem proteção contra o herpes zóster e a neuralgia pós-herpética. A vacina antiga (chamada Zostavax) apresentava 51% de eficácia, reduzindo pela metade a chance de contrair herpes zóster. Agora, a nova vacina (Shingrix) tem 91% de eficácia.
A segunda diferença é a tecnologia por trás desses produtos. O imunizante antigo é uma vacina atenuada. O novo é uma vacina recombinante inativada.
Em outras palavras, o imunizante antigo utiliza uma versão ativa, porém bem mais fraca do vírus. Já o imunizante novo é feito a partir de uma glicoproteína do vírus associada a um adjuvante (nome dado à substância que ajuda a potencializar a resposta imunológica).
Por ser uma vacina inativada, a nova versão é mais segura e pode ser administrada na população imunossuprimida.
Quem deve tomar a vacina nova?
Antes de detalhar as indicações, é importante esclarecer: quem nunca teve catapora precisa tomar a vacina varicela. Quem já teve catapora pode tomar a vacina herpes zóster.
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O imunizante novo é indicado para adultos com 50 anos ou mais e pessoas a partir de 18 anos com risco aumentado para a doença (como as que têm alguma condição de imunodeficiência). Além disso, ele pode ser aplicado em indivíduos que já tomaram a versão antiga.
Para se vacinar, você deve ter um pedido médico com recomendação específica para esse imunizante. A consulta com um clínico geral, um infectologista ou um geriatra é fundamental para entender quando tomar a vacina.
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Fontes: André Bon, gerente médico de Infectologia da Dasa e coordenador de Infectologia do Hospital Brasília; Maria Isabel de Moraes Pinto, infectopediatra consultora em vacinas da Dasa e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).